segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um "gancho" do Diogo Brum.

Há pouco, visitei o (interessantíssimo) blog do Diogo Brum e, de cara, me deparei com o post "Leitora é contra o asfaltamento".
Não conheço a leitora, nem vou citar o nome dela aqui. O que venho fazer é comentar as afirmações feitas e, caso ela venha a ler o que escrevi, espero que não me entenda mal.
Ela disse que o asfaltamento das ruas santiaguenses causaria um aumento na temperatura, afetaria a drenagem da água da chuva, além de ser um "convite" para as imprudências no trânsito.

De certa forma, senti que esqueceram que ainda existem engenheiros nesse mundo. Inclusive bons engenheiros. Se falta um em Santiago, vamos à procura de algum.
É pra isso que a engenharia serve: RESOLVER PROBLEMAS. Não precisamos fugir deles.
Com um bom projeto, podemos implantar um sistema de drenagem muito mais eficiente que o já existente. Já que vamos mexer, é a oportunidade de melhorar! Tem gente que é paga pra isso, lembram? Além disso, com a coleta de lixo eficiente e frequente, a principal causa dos alagamentos (no caso de um serviço bem feito, não seria mais o sistema de drenagem), que é o lixo nas ruas, estaria sendo combatida.
Quanto ao calor, não podemos deixar de considerar que as pedras dos calçamentos também são ótimas em absorver calor (como aprendemos nas aulas de físico-química e termo). Enquanto a vegetação estiver estrategicamente presente nas calçadas, esse problema seria reduzido em muitas vezes.
O professor Mário de Miranda, do Departamento de Ciências Atmosféricas da UFPB publicou um estudo a respeito da diferença de temperatura entre ruas asfaltadas e as com os tais paralelepípedos. E olha que PB sabe ser quente.
Nesse estudo, ele mostrou que a média das temperaturas possui uma diferença baixa, de pouco mais que 1°C (35,5°C para calçamento com paralelepípedos e 36,8°C para asfalto). Quando a temperatura, nesse mesmo estudo, foi medida a 1m da superfície, constatou-se que a média das temperaturas era praticamente igual.
Considerando a realidade do RS, os efeitos seriam ainda menores. Além de que poderíamos optar pelo concreto, já muito utilizado nas ruas de Porto Alegre que, por ser bem mais claro, reflete mais ainda os raios solares, tornando o ambiente ainda menos quente. Esse material é ainda melhor que as pedras hoje utilizadas nesse sentido (quem já andou por essas ruas da capital deve ter notado que são mais claras que as outras).
A tecnologia está bem avançada nessa área, basta pesquisar um pouquinho.
Sobre a imprudência, nem há muito o que comentar. Todo mundo já está de saco cheio de ouvir soluções pra isso. Santiago ainda não põe todas em prática, mas não é difícil.
Minha família hoje mora em Bento Gonçalves, onde praticamente todas as ruas são asfaltadas. As lombadas e outras medidas simples dão conta do recado. E isso que o pessoal lá adora um acelerador. Ah! E alguém já ouviu falar em calor insuportável em Bento?
Já os custos com manutenção... Bem! Se os calçamentos de Santiago fossem consertados sempre que necessários, o custo seria ainda mais elevado. O custo fica por conta dos motoristas na hora de comprar um pneu novo, trocar os amortecedores,... Pelo menos com o asfalto, os responsáveis se sentem obrigados a manter tudo em ordem. Não adianta não gastar e deixar tudo uma BOSTA (precisava).

É claro que toda evolução traz consigo algum efeito. Nem por isso vamos deixar de evoluir. Há uma classe de trabalhadores altamente preparada para esse tipo de coisa. Eles se chamam engenheiros.
Contratem um de verdade para o serviço para ver as maravilhas que ainda podem ser feitas nas ruas de Santiago.

Um comentário:

Matheus, o observador disse...

Bota ambientalista que vc é. Devia se informar mais um pouco sobre o urbanismo nos países avançados e ver o que houve com os processos asfálticos dos ano 60 e 70.