quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Uma mente brilhante. A vida de John Nash.


John Forbes Nash Jr. (13 de junho de 1928) é um matemático norte-americano que trabalhou na Teoria dos jogos, na Geometria diferencial e na Equação de derivadas parciais, servindo como Matemático Sênior de Investigação na Universidade de Princeton. Compartilhou o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 1994 com Reinhard Selten e John Harsanyi.
Nash também é conhecido por ter tido sua vida retratada no filme
Uma Mente Brilhante, nomeado por oito Oscar, baseado no livro-biográfico homônimo, que apresentou seu gênio para a matemática e sua luta contra a esquizofrenia.

Primeiros anos
Nash nasceu e foi educado no Estado da
Virginia Ocidental. Seus pais foram o engenheiro eletricista John Forbes Nash e a professora de inglês e latim Virginia Margaret Martin. Em 16 de novembro de 1930 sua irmã Martha Nash nasceu. Nash sempre foi um ávido leitor da Time (revista), da Enciclopédia Compton e da Revista Life. Mais tarde conseguiu um emprego na Bluefield Daily Telegraph, um jornal diário da região.
Aos doze anos, começou a realizar algumas experiências científicas em seu quarto; nessa época, era bastante evidente seu gosto pela solidão, pois preferia fazer as coisas sozinho do que estar em contato e trabalhar em grupo. Ele relacionou a rejeição social de seus colegas com piadas e superioridade intelectual, acreditando que as danças e os esportes deles eram uma distração a partir de suas experiências e estudos.
Martha, sua irmã mais nova, parece ter sido uma criança normal, enquanto que seu irmão parecia ser bem diferente das outras crianças. Ela escreveu mais tarde: "Johnny sempre foi diferente. [Meus pais] sabiam disso. E eles também sabiam que ele era brilhante. John sempre quis fazer as coisas à sua maneira. Minha mãe insistia para eu fazer as coisas por ele, para eu incluí-lo nas minhas amizades... mas eu não estava muito interessada em mostrar meu estranho irmão."
Em sua autobiografia, Nash observa que foi o livro Homens da Matemática, de
Eric Temple Bell - em particular o ensaio sobre Fermat - que o fez se interessar pela área. John assistiu as aulas do Colégio de Bluefield, enquanto na escola secundária. Mais tarde, frequentou a Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Pensilvânia, onde estudou primeiramente engenharia química, antes de mudar para o curso de matemática. Recebeu tanto seu bacharelado quanto seu mestrado em 1948, no Instituto Carnegie.
Após sua formatura, Nash teve um emprego em
White Oak (Maryland), onde trabalhou para um projeto da Marinha dos Estados Unidos da América, dirigido por Clifford Truesdell.

Vida pós-graduação
Embora tivesse sido aceito pela
Universidade de Harvard, que tinha sido sua primeira escolha devido ao prestígio da instituição e pelos cursos superiores de matemática, Nash foi perseguido agressivamente pelo então presidente do departamento de matemática da Universidade de Princeton, Solomon Lefshetz, cuja oferta da bolsa de John S. Kennedy foi o bastante para convencê-lo de que Harvard valia pouco. Assim, em White Oak, partiu para a Universidade de Princeton, onde trabalhou e desenvolveu o Equilíbrio de Nash. Ganhou seu doutorado em 1950 com uma dissertação sobre os jogos não-cooperativos. A tese, escrita sob a supervisão de Albert W. Tucker, continha definições e propriedades daquilo que, mais tarde, seria chamado de Equílibrio de Nash. Esses estudos levaram a três artigos:
"
Pontos de Equilíbrio em Jogos de N-Pessoas", no periódico científico Proceedings da Academia Nacional de Ciências 36 (1950), 48-49. Veja aqui.
"
O Problema da Barganha", periódico Econometrica 18 (1950), 155-162. Veja aqui.
"
Jogos Cooperativos de Duas Pessoas", Econometrica 21 (1953), 128-140. Veja aqui.
Nash também desenvolveu um trabalho importante na
geometria algébrica:
"Coletores reais da algébrica", periódico Annals of Matemática 56 (1952), 405-421.
Veja aqui.
Seu mais famoso trabalho tem relação com a
matemática pura: o Teorema do encaixe de Nash.
Em 1951, Nash foi para o
Instituto Tecnológico de Massachusetts como instrutor de matemática. Lá, conheceu Alicia López-Lardé de Harrison (nascida em 1 de Janeiro de 1933), uma física estudante de El Salvador, com quem se casou em fevereiro de 1957. Alicia enviou Nash a um hospital psquiátrico em 1959 devido a sua esquizofrenia; seu filho, John Charles Martin Nash, nasceu pouco tempo depois deste acontecimento.
Nash e Alicia se divorciaram em 1963, mas reunificaram-se em 1970, numa relação não-romântica, em que ela abrigou-o como um companheiro. O casal renovou seu relacionamento após Nash ter sido galardoado com o
Prêmio Nobel de Economia de 1994. Casaram-se novamente em 1 de junho de 2001.

Esquizofrenia
Nash começou a mostrar sinais de esquizofrenia em 1958, quando ainda estudava. Seu estado agravou-se para uma paranóia e foi levado ao Hospital McLean (que abrigou pacientes famosos) em 1959, quando foi diagnosticado com esquizofrenia paranóica e
depressão com baixa auto-estima. Depois de uma problemática estadia em Paris e Genebra, Nash retornou a Princeton em 1960. Permaneceu dentro e fora de hospitais psiquiátricos até 1970, onde passou por tratamentos que utilizavam Eletroconvulsoterapia e medicamentos antipsicóticos. Depois de 1970, à sua escolha, ele nunca mais tomou medicação antipsicótica novamente. Segundo Nasar, sua biógrafa, Nash começou a desenvolver uma recuperação gradativa com o passar do tempo.

Reconhecimento
Em 1978, foi atribuído a Nash o Prêmio
John von Neumann Theory Prize, por suas descobertas quanto aos equilíbrios não-cooperativos, agora chamado de Equilíbrio de Nash. Ganhou também o Leroy P. Steele Prize em 1999.
Em 1994, como resultado de seu trabalho com a teoria dos jogos, que desenvolveu quando estudante de Princeton, recebeu o
Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel (junto com dois outros estudiosos).
Nash criou dois jogos populares:
Hex (jogo) (criado independentemente em 1942 por Piet Hein), e So Long Sucker em 1950 com M. Hausner e Lloyd S. Shapley.

sábado, 23 de agosto de 2008

Sobre saber de tudo...



"Quando achamos a matemática e a física teórica muito difíceis, voltamo-nos para o misticismo." - Stephen Hawking.

Ainda no começo do ano, surgiu uma discussão no fórum da comunidade "Engenharia Química UFSM 2008", daquelas de "saltar faísca".
Falávamos sobre assuntos diversos, até que a língua portuguesa entrou na conversa. Pois bem...
Depois de muita conversa, um colega que entrou no papo meio atrasado, entrou de sola, dizendo que eu subestimava a importância do estudo do nosso idioma. Quem me conhece, sabe o absurdo que foi dito!
Obviamente não poderia ficar quieto quando alguém fala que eu desprezo justamente uma das minhas maiores paixões. Como era de se esperar, isso rendeu ainda mais discussão.
Quando me foi dito aquilo, disse que deveríamos estudar gramática na Engenharia, já que em qualquer área a linguagem estaria presente. Qualquer profissional deve dominar a língua portuguesa.
Alguns simplesmente me chamaram de louco, outros disseram que entraram pra Engenharia justamente por ser uma negação e odiarem português. Afinal, o que se espera de um engenheiro que entrega relatórios ou divulga artigos científicos cheios de erros ortográfigos ou quando abre a boca envergonha qualquer um ao seu redor?
Outra vez, ouvindo o "Pretinho", fui obrigado a ouvir algumas baboseiras quanto à importância da matemática. Alguns dos apresentadores disseram que estavam no rádio justamente porque não tinham intimidade com os números (o que é normal). O problema veio quando um deles (não lembro bem qual) simplesmente disse que o que se aprende em matemática na escola é inútil, citando o exemplo da "fórmula de Bhaskara", a qual, segundo ele, não passava de uma coisa a mais pra ocupar espaço no cérebro.

Afinal, que mentalidade é essa? E o pior de tudo é ver que a maioria das pessoas no Brasil pensam assim. Fora daqui, não sei, mas estou notando que por aqui, quanto menos precisar saber, melhor.
Será mesmo que um engenheiro, matemático ou físico precisa somente saber resolver integrais e os jornalistas só precisam saber escrever?
É claro que nem tudo o que eu estudava nos tempos de escola era com muito ânimo. Biologia e geografia, por exemplo, nunca me animaram muito. A segunda até que sim, lá pela 5ª série. Mesmo assim, reconheço que estuda-las não serviu apenas para o PEIES. Tenho certeza que sem elas estaria me perguntando muita coisa que hoje eu já sei e não preciso ficar correndo atrás de respostas. Certamente me sentiria um ignorante.
Saber um pouco de tudo é fundamental pra qualquer pessoa. O dia-a-dia nos traz questões tão diversas que, sem um conheciemnto geral, ninguém conseguiria acompanhar. Não estou falando sobre decorar a tabela do Brasileirão ou ler o resumo de todas as novelas da Globo pra atualizar-se. O problema é que tem muita gente que age assim, buscando apenas saber o que lhe agrada, e o que mais agrada é inútil.
Foi até engraçado quando me chamaram de louco por querer gramática logo na engenharia, já que os cálculos é que mandam por lá. Mas agora imagine entregar os relatórios das aulas experimentais de física e química ou os trabalhos de introdução sem ter o mínimo conhecimento de português. Ainda que não seja ensinado, é cobrado uma boa apresentação com escrita correta nesses trabalhos, já que se espera que um aluno aprovado no vestibular pra uma Universidade federal saiba ao menos juntar algumas sílabas.
Essa é só uma das milhares de utilidades da língua em outras áreas do conhecimento. Alías, não sei se posso falar em utilidade. Uma boa linguagem é fundamental em qualquer circunstância, mesmo que seja só pra passar umas cantadas na Ballare. Imagina se a garota estuda letras ou jornalismo? Um matemático não iria ficar resolvendo problemas de álgebra pra sua "musa" no meio de uma danceteria lotada. Acho que ela não gostaria muito.

É difícil, e sinceramente acho que vai demorar muito tempo ainda para essa mania de ter preguiça de saber sair da cabeça das pessoas, mas quem pensa como eu sabe bem que saber um pouco de tudo é fundamental, mesmo que seja para um jornalista não ser logrado na hora de pagar a conta do supermercado ou um engenheiro não passar vergonha ao não conseguir nem dar uma ordem aos seus subordinados com um português decente.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Volta às aulas.


As aulas recomeçaram oficialmente hoje na UFSM (pra turma da engenharia química, claro!).
Nada como um churrasco no lugar do primeiro dia de aula (ontem). Hahah
Aos colegas, peço desculpas pela minha ausência. Não deu pra infernizar a vida de todo mundo dessa vez.
É, os tópicos vão ter que diminuir, culpa da "moça" ali da foto acima. Os semestres avançam e a dedicação deve acompanhar.
Como todo o bom início de semestre, muitas caras novas espalhadas pelo campus e perguntas, por parte dos bixos, sobre qual ônibus pegar pra chegar em casa. Espero não ter dado nenhuma informação errada. Hehe
Nada melhor que pegar um T. Neves pra chegar no calçadão. Hahah
Além do pessoal novo, alguns professores novos, matérias novas (algumas assustadoras à peimeira vista). Mas como diz o pessoal lá de casa: "É o que queres, não é?".
E lááá vamos nós para mais um semestre de ralação.
Hoje o post foi light, assim como o primeiro dia de aula. Nada de assuntos muito sérios.


Diego Neves

sábado, 16 de agosto de 2008

Crítica: Batman - O Cavaleiro das Trevas.


Há pouco, voltei do cinema, onde assisti ao novo filme do Batman.
Confesso que nunca fui fã de super-heróis, e sempre achei que esse tipo de história só prenderia pré-adolescentes em frente às telas. Errei. E errei feio!

Vamos ao que interessa...
Há muito tempo não sabia o que era pisar em uma sala de cinema. Sinceramente não lembro quando foi a última vez. Cheguei no local pontualmente às 18h, horário de início do filme, o qual atrasou alguns minutinhos, como o de costume. Nesse tempo, já notei uma diferença de comportamento nos frequentadores do cinema. Muitos já soltavam o clássico "Sshhhh" ainda com as luzes acesas e o projetor desligado. Vai ver, eles viram na TV e sempre sonharam em copiar.
Só faltou chover pipoca sobre as crianças que chegaram conversando na hora dos trailers.
Após constatar a grande receptividade dos freqüentadores dos cinemas de Bento Gonçalves, me concentrei no filme que começava. Uma (triste) surpresa: filme dublado.
Pouco se entendia das falas no começo do filme, por conta da aparelhagem de som, com os graves cobrindo tudo. Felizmente isso se resolveu no decorrer do filme.

Quanto ao filme, em si...
Muito interessante! Realmente me fez repensar sobre aquela coisa de filme com um super-herói. Como poucos, pude notar o lado humano de um herói ferido por "simples" cães, ainda no começo da história. Trocas de roupa ém um piscar de olhos e aparições repentinas fazem lembrar dos clássicos filmes do estilo. Afinal, quem poderia esperar o grande Batman vestir toda aquela roupa enquanto corria perigo?
Não, não vou me render a pouca coisa ;) Isso distancia um pouco da realidade, o que eu costumo não gostar ao acompanhar um filme. Mas são detalhes tão pequenos que dá pra relevar.
Percebi uma grande evolução no "Bat-Móvel". Realmente uma obra-prima da engenharia. Se o antigo já era fantástico, imagine o novo. Simplesmente tinha pneus dianteiros com cerca de um metro de largura, e os traseiros... Bem, os traseiros fica complicado estimar!
Não é qualquer carro que destrói um caminhão em uma colisão frontal e permanece intacto! Mas, por incrível que pareça, o veículo foi destruído. Não pensam que o Cavaleiro das Trevas andaria a pé, não é? Inteirinho após um grave acidente, ele transforma parte do carro em uma motocicleta com rodas iguais às dianteiras do mesmo e sai por aí em alta velocidade. Incrível, não?
Enfim, não me contenho e acabo contando o filme... Mas vou me segurar.
Queda de helicópteros no meio de uma avenida, capotagens espetaculares de caminhões enormes dão ainda mais ação ao filme que (penso eu) mudou, de certa forma, o rumo das histórias de super-heróis.
Ah! Não poderia esquecer do Coringa, claro... Não teve como não lembrar de Ville Valo. Há uma certa semelhança. Não sei bem onde, mas há!
Nada de pingüins ou um velho retardado que vive escondido fazendo maldades. Ação, meu caro... Ação! Ah, e claro, quem imaginou ver o grande vilão vestido de enfermeira?

Claro que um filme desse tipo sem uma pitadinha de humor se tornaria insuportável. Tomaram cuidado pra que não faltasse nem sobrasse humor na história.
Gostei muito do fato de explorarem mais o lado humano do personagem, com certos momentos de instabilidade emocional, onde ele esquece as tais regras que todo o super-herói chato impõe a si mesmo pra ser bonzinho sempre, deixando de lado também a própria ética (exemplo do que vimos todos os dias no Brasil).
O que nunca muda são os minutos reservados nos filmes assim pra população odiar o herói. Sério, quando vão deixar essa parte de lado?
Enfim, notei uma grande evolução no gênero. É um filme interessante, com grandes surpresas, bastante ação e efeitos especiais ótimos. Ah! E também segura um pouco as "frias", que geralmente são exageradas nesse tipo de história.
Aos que gostam do gênero e esperam uma mudança naquele padrão que já estava enjoando, recomendo que corra para o cinema.
Aos que não são muito chegados, como eu, recomendo que assistam alguma vez na vida. Pode ser que mudem seus conceitos.
Ah! Tenham paciência. É longo, feito esperança de pobre.

Complementando o último post.

Quando falei sobre as construções aqui em Bento no post "Um exemplo de desenvolvimento a ser seguido", ainda não sabia bem ao certo alguns dados...
Descobri que são 83 prédios em construção em Bento Gonçalves (dados da semana passada). Algo extraordinário pra uma cidade com um pouco mais de um terço da população de Santa Maria. Infelizmente isso não me lembra muito Santiago, onde vejo ser construído um por vez e raríssimas reformas nos mais antigos, que são maioria. Ahhh, como isso precisa ser melhorado!

Bem... Era só uma curiosidade pra complementar o outro post.

Daqui a pouco cinema. Depois, claro, uma crítica sobre o novo Batman.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Um exemplo de desenvolvimento a ser seguido.

Estou passando o fim das minhas férias na casa dos meus pais, em Bento Gonçalves. Enquanto tomava alguma coisa na sacada, pensava sobre um novo post para o blog. Então, comecei a observar o horizonte e refletir sobre o perfil de certas cidades, e a primeira coisa que veio à cabeça ao observar Bento Gonçalves é o desenvolvimento.
É algo fantástico, por aqui tudo anda a passos largos. Dá gosto de ver.
Enquanto a taça continuava cheia, ouvia o barulho (estressante, às vezes) do crescimento. Bem em frente a uma das sacadas, está sendo construído um novo hipermercado (foto acima), e, sem precisar mover a cabeça para lado algum, pude contar CINCO prédios residenciais em construção. Mais ao lado, um novo condomínio de classe alta. Devo lembrar que a parte da cidade vista daqui é relativamente pequena e, como estou no centro, o que vejo é algum bairro periférico que não sei o nome.
Isso significa que daqui vejo uma pequena amostra do que é o verdadeiro desenvolvimento dessa região. Vir pra cá e não se impressionar com a organização, crescimento urbano e alto nível social é praticamente impossível. Devo confessar que a idéia de que isso tudo foi construído em grande parte por imigrantes, principalmente italianos, me incomoda. O sotaque aqui é inconfundível, "porco dio"! Nisso, o pessoal não evoluiu muito, falam como quando chegaram por aqui. E o pior: se dizem italianos. Vai entender... Descendentes que devem tudo ao país que acolheu seus antepassados simplesmente desconsideram a terra em que vivem.
Enfim, não vou desviar o assunto. Essa minha indignação fica pra outro post.
Confesso que é impossível não comparar a cidade onde agora vive a minha família com outras que conheço. Me orgulho de ter nascido em Santiago e lá ter vivivo anos fantásticos, mas desanimo quando começo a comparar as duas cidades. Tudo bem, a distância da capital, as estradas que por muito tempo eram horríveis e outras coisas não eram grandes atrativos, o que atrapalhou (e muito) o crescimento da cidade. Isso tudo acabou isolando Santiago de todo o resto. Emprego ainda é um problema no interior. Aí incluo a grande maioria das cidades do centro-oeste do estado. Aqui, so não trabalha quem não quer. Praticamente minha família toda vive aqui hoje, e do mais jovem ao cinqüentão estão trabalhando. Onde se vê isso?
Mas as principais questões são: de onde vem isso? Como alcançar isso?
A chegada dos italianos na serra gaúcha data de 1875, segundo um site daqui de BG. Quando chegaram, certamente não dispunham de grandes recursos, mas, com certeza, de grandes idéias. O clima favoreceu, as uvas foram tomando espaço e as vinícolas surgiram. Ainda hoje, a atividade segue à todo vapor, com a Aurora (Bento Gonçalves) e a Chandon (Garibaldi), por exemplo, as quais são referências em produção de vinhos e espumantes.
Mas então, se da produção agrícola tanta coisa foi conquistada, por que as outras regiões ficam tão atrás? Muitos responderiam na lata: "é culpa do clima!".
Sim, uvas e vinhos não teriam tanta qualidade sendo produzidos em Santa Maria, Santiago ou qualquer outra região. Mas e as idéias, onde estavam? E o empreendedorismo? Por pura acomodação ficamos estagnados por tanto tempo?
Em um post do dia 13/08, falei a respeito da persistência e os reflexos dela na evolução da sociedade. Depois do que analisei naquela sacada, encontrei o grande exemplo bem em frente aos meus olhos.
Um bom crescimento começa com grandes idéias, juntamente com uma boa administração. Proponho aos que buscam o lugar em uma prefeitura, isso inclui Santiago, que visitem e conheçam o funcionamento das coisas por aqui. Santiago pede obras, empregos e qualidade de vida. Há exemplos a serem seguidos, basta colocar a cabeça pra funcionar, esquecer as richas políticas e fazer a cidade "andar". É claro que o dinheiro destinado a algumas obras acabam ficando no caminho e outras dificuldades aparecem, mas com transparência tudo se resolve. Peço aos concorrentes ao poder na minha cidade natal: façam-me me orgulhar ainda mais da terra onde nasci!
Já aos interessados, digo que exponham suas idéias! Tenho certeza que bons planos são sempre ouvidos com atenção.
Bento Gonçalves se mostrou um canteiro de obras e um exemplo em geração de empregos. Basta descobrir de onde vem tanto empenho e isso pode virar moda.


Diego Neves

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Tempo de conquistar o rebanho...

As eleições se aproximam e cada vez mais os meios de comunicação (de transporte, postes, muros e ruas) ficam tomadas de apelos, propostas e sujeira. Pensando bem, vamos reformular... SujeiraS!
Acabou a trégua. O que tenho notado, como em todas as outras eleições, é o começo de uma corrida desesperada para atrair seguidores. Métodos para isso são inúmeros, e muitos deles, absurdos.
Felizmente mudei de cidade há pouco, e minha família mudou para outra, o que acaba me excluindo, de certa forma, desse meio. Vale lembrar que, apesar da idade, não estarei presente para dar o meu parecer na votação.
Vou ser bem sincero: ainda não parei pra conhecer as propostas dos candidatos à prefeitura de Santa Maria, mas já li alguma coisa sobre a guerra que se inicia na minha cidade natal, Santiago. Como todas as cidades de pequeno porte, as carinhas são sempre as mesmas. Poucas opções, muito falatório e disputas acirradíssimas por conta do número pequeno de concorrentes.
Felizmente, ao menos na televisão, essa baderna toda está dividindo (e perdendo) espaço pra eventos como as olimpíadas, que, ainda que o Brasil decepcione no esporte, trazem menos desgosto do que falatórios sem fundamento algum que somos obrigados a ouvir diariamente.
Pra mim, eleições servem mais pra me trazer dor de cabeça, decorar musiquinhas de candidatos por ser obrigado a ouvi-las o dia inteiro e rir. Rir muito!
São acusações, sujeiras, desvio de dinheiro... Enfim, coisa de quem governa para si.
Ter nascido em uma cidade pequena talvez tenha me trazido vantagens, já que quem está no poder se obriga a andar na linha. Afinal, nada mais fácil do que o município inteiro ficar sabendo de alguma sujeira.
Infelizmente, a principal sujeira que se vê nesses meses não está dentro dos governos, até porque é agora que bate o desespero pra quem busca uma reeleição, fazendo-o correr atrás de grandes feitos que não cumpriu nos quatro anos de mandato. O grande problema definitivamente é a poluição. Sonora, visual, enfim... A busca pelo poder se torna um tormento.

Talvez seja complicado para alguns candidatos perceberem que não é vendo o rosto de algum deles estampado em algum poste que vai fazer um eleitor cair de amores por ele. Um bom governante, assim como um bom médico, engenheiro, gigolô ou o que for, se faz com bom trabalho, propostas coerentes e paixão pela ocupação. Musiquinhas com clichês ultrapassados torram a paciência, e ainda, se irritarem demais, acabam por desanimar um eleitor.
Uma sugestão para todos os candidatos: cuidem do meio ambiente, começando por preservar o bom estado das ruas, afinal são políticos, e não modelos, para andar espalhando fotos por aí.
Propostas são bem-vindas, claro! Santinhos na porta das escolas acabam virando "aviãozinho", as fotos do candidato servem para treinar técnicas de desenho, como bigodes, óculos fundo-de-garrafa e por aí vai. O jeito de fazer política nunca evolui. Impressionante.

Minha esperança é poder viver, um dia, em um lugar onde eleições sejam realmente sinônimo de democracia e oportunidade de melhorar nosso espaço.
Enquanto eleições forem apenas negócios, não estarei de lado algum nessa gangorra de apelos, propostas e sujeiras, onde o rebanho a ser conquistado é uma sociedade ignorante e sem opinião.

Diego Neves

Sobre persistência e evolução.

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso, viver não é preciso".
Quero para mim o espírito desta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida, nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser
o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
Ainda que para isso tenha de a perder como minha...

Fernando Pessoa

Desde antes de criar meu novo blog, queria que ele começasse com essas palavras.
Nem sempre admirei Fernando Pessoa, mas já não me imagino sem as palavras deste grande mestre.
Das palavras ditas por ele, mostradas ali em cima, construí meu plano de conduta. "Viver não é necessário; o que é necessário é criar".
Saímos do nada por conta da capacidade de pessoas que pensavam dessa forma, para nos tornarmos o que somos agora. Ainda assim, não estamos muito além desse "nada" do qual saímos. Isso significa que tal conduta não pode ser abandonada. Mal começamos nossa evolução!
Quanto mais o homem possui, mais precisa evoluir, pois vê logo à sua frente a escuridão do desconhecido, o que ainda não foi desbravado. É aí que entra a responsável por tudo: a ciência!
É quem a domina que toma as rédeas, quem conhece e desbrava o desconhecido. Esses estão à frente de todos os que caminham cautelosamente, por conta do seu medo de arriscar ou preguiça de se aprimorar. O resto torna-se um peso, um encosto.
A persistência dos desbravadores me permite estar aqui postando minhas idéias, enquanto o resto do pessoal acompanha as olimpíadas pela TV ali na sala confortavelmente enquanto lá fora faz um frio tremendo.
Precisamos de mais gente assim, que pense em evoluir, deixar seu nome na história! Não falo apenas em criar para o nosso conforto. Evoluir como ser humano também conta! Claro que é complicado, desistir diante das dificuldades já virou mania, mas a persistência sempre é recompensada.

Por isso me identifico com as palavras de Fernando Pessoa. Não penso apenas em ocupar um espaço, mas fazer valer a capacidade que tenho, mesmo cheio de limitações, como qualquer outro ser.
Por conta desse pensamento, me vejo por meses em meio a integrais, x pra lá, y pra cá e ainda sendo muitas vezes chamado de louco por escolher um caminho tão árduo pra mim.
Talvez seja louco, sim... Efeitos da cafeína.

Lembrem-se: Tudo começa na Engenharia! ;D

Voltando...

Os leitores mais antigos devem ter notado que meu blog havia saído do ar há um bom tempo.
Agora, com pouco tempo livre, vou tentar administrar uma nova página, mas com determinadas características diferentes do antigo blog.
Desta vez, vou postar textos de diversos tipos, expondo minha opinião sobre muitos assuntos, como dificilmente acontecia antigamente, quando a subjetividade tomava conta dos meus textos.
Ciência, música, cinema, futebol, literatura, educação e até política serão abordados por aqui.

Quanto ao nome do blog, não há muito a dizer... Loucuras da Engenharia, a culpada pela minha falta de tempo!

Estou de volta! Agora (espero) pra ficar!