domingo, 7 de setembro de 2008

Bom exemplo.

Encontrar um verdadeiro poeta tem se tornado uma tarefa cada vez mais complicada. Onde será que eles se escondem?
O talento para escrever sumiu os os sentimentos todos morreram e só a imaginação (raríssima) pode resultar em um bom texto?
Sinceramente, muitas vezes já disse que a poesia morreu há muito tempo, junto com Augusto dos Anjos. Bem, não posso ser injusto com Vinícius de Moraes, claro! E não me falem em Drummond!!!
Felizmente ainda existe gente que, como eu, quer trazer de volta a verdadeira poesia e realmente faz algo por isso. Claro que há muito tempo percebi que minhas palavras não surtem grande efeito, e meus poemas não passavam de uma distração.
Mesmo assim, tento dar o meu apoio na base do incentivo.

Leio diariamente diversos blogs pela rede, muitos com conteúdos interessantes, outros nem tanto. Mas tem um especial, que visito todos os dias, esperando ansioso por uma nova postagem. "Contraponto", chama-se o blog do meu companheiro de distração, Froilam.
Santiaguense (sim! da Terra dos Poetas!) e preocupado com o lugar onde vive, posta em sua página textos de diversos assuntos, além de poemas diversos de sua autoria.
Certo dia estava lendo com bastante calma (o que muitas vezes não tenho) as postagens anteriores, até que me deparei com um poema que, sem exagero algum, considero um dos melhores que já li.
Unindo simplicidade e genialidade com um desfecho marcante, como em todos os poemas do Froilam, "amores" me fez voltar o olhar pra dentro de mim mesmo, como se eu tivesse escrito (quem dera) o poema. Não há como não concordar com cada palavra que ele escreve.

amores

amores vêm
amores vão(-se)
como ondas
d'água
trazem flores
quando vêm
vão sargaços
quando mágoa

amores vêm
amores voam
como pássaros
de arribação

ainda que passem
amores
não vêm
em vão

Froilam Oliveira

Blog do Froilam: http://www.froilamoliveira.blogspot.com/

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