Depois de um bom tempo fora dos palcos, o Angra retorna em uma turnê nacional que, de quebra, ainda conta com o Sepultura, uma das mais importantes bandas do Brasil na atualidade.
Vale lembrar, também, que o Seputura está completando 25 anos de história, fato que o próprio Derrick Green, vocalista da banda, comemorou durante o show.
24 de maio, domingo.
Chegamos à Casa do Gaúcho por volta das 17h, logo depois do concurso do Ministério da Fazenda (haja ânimo pra tudo isso).
Felizmente, a fila ainda não era tão grande, considerando que os shows começariam às 20h, teoricamente.

Foram 3 horas em pé, ouvindo algumas bobagens, falando outras e ainda ouvindo, no mp3, músicas das bandas que logo estariam no palco.
Talvez pelo tempo de espera, ganhamos um presentinho: a passagem de som do Angra. Pudemos ouvir as clássicas Lisbon e Bleeding Heart durante a passagem, e já começamos a sentir o que viria logo depois.
Depois de um belo atraso e protestos na fila, os portões foram abertos e pudemos nos colocar em frente ao palco, esperando o grande momento.
Com mais de 40 minutos de atraso, a banda de abertura, Tierramystica, subiu ao palco. Depois dos chingamentos pela demora, a banda mostrou o porquê da escolha dela para a abertura do evento. Tocando algumas músicas próprias e também covers, incluindo Iron Maiden (que não é lá de minha preferência, mas agradou), a banda já fez o pessoal se mexer, mesmo com muita gente ainda do lado de fora. Felizmente, pude acompanhar bem de perto desde o começo.
Quando Tierramystica deixou o palco, não demorou muito para ouvirmos "Unfinished Allegro". Todo bom fã de Angra sabe que isso é um ótimo sinal.
Definitivamente eles estavam lá para destruir. O famoso riff inicial de Carry On levou todo mundo à loucura. Começávamos a ver de perto que uma das mais importantes bandas do metal mundial estava definitivamente de volta à ativa. Logo depois, veio Nova Era, sem dar tempo
nem para respirar. Foi um sucesso atrás do outro, incluindo as inesperadas Lisbon e Bleeding Heart, sendo a segunda uma homenagem a uma fã.

Como nada é perfeito, o empurra-empurra trouxe confusão, e nada mais chato que esse tipo de coisa acontecendo quando se tem um irmão mais novo e gurias no meio do povo.
Ainda assim, foi de deixar orgulhoso ver o moleque no auge dos seus 12 anos agitando como gente grande e cantando todas no seu primeiro show de heavy metal. Como é de família, o tamanho não ajudava, então a saída era levantá-lo para que ele pudesse ver melhor :P
Foi tão bom quanto rápido. Acid Rain, Waiting Silence, Rebirth,... Ouvimos alguns dos maiores sucessos da banda, mas ainda queríamos mais.
Com muito calor e sem condições de ficarmos mais tempo sendo esmagados, tomamos a inteligentíssima decisão de sair da frente do palco e ficar ao fundo do lugar, atrás da mesa de som.
Ninguém à nossa frente e a visão completa do palco a uma distância perfeita. Se bem que dá bem para ver o Derrick com detalhes a quilômetros de distância.
Já posicionados estrategicamente, vimos o Sepultura subir ao palco, para delírio de todos no local. Mesmo quem não era fã não conseguiu ficar parado.
Começaram com músicas do CD novo, A-Lex, as quais a maioria do pessoal ainda não conhecia bem. Para muitos isso não interessava, desde que a roda punk estivesse bombando.
E foi bem assim. A maior roda punk que já vi na vida. Aí tirei a conclusão de que sair dali foi a coisa mais inteligente feita nessa noite.
Era animador, deu aquela energia, mas era bom só de olhar mesmo.
Ainda demos algumas risadas com o Derrick falando em português (melhor que meu professor de química geral e inorgânica) mas arriscando um "Puta que pariu" no meio do discurso. No mínimo, hilário. Ah! Vale lembrar do "É nóis, Mano!".

Nunca imaginei que ia gostar tanto de um show deles, já que o motivo principal que me levou ao show foi o Angra. Mas sinceramente nunca senti nada parecido com o que eu senti ao assistir ao show do Sepultura. Incrível!
No final, tratei de acabar com o que restava da minha voz com Territory e Roots Bloody Roots. Era inacreditável aquela multidão ainda com disposição depois de tanto tempo na fila e de apresentação. A essa hora, TODOS na pista participavam da roda. Até os mais acostumados olhavam boquiabertos.
Ao fim, ainda aos gritos de "SEPULTURA, SEPULTURA, SEPULTURA...", o Angra volta ao palco e as duas bandas encerraram a noite tocando juntas.
Definitivamente, uma noite inesquecível para quem viu duas das maiores bandas do metal mundial juntas, marcando a volta do Angra e os 25 anos do Sepultura.
As imagens foram capturadas por celular, por isso a qualidade é um pouco baixa.
Na ordem, as imagens mostram:
Cartaz de divulgação do show,
Imagem do palco antes da entrada do Angra,
Tierramystica,
Eduardo Falaschi (Angra) e
Sepultura.