sábado, 27 de setembro de 2008

Tautologia (?).


Um dia desses, abri minha conta no hotmail e me deparei com uma mensagem da professora Silvânia Colaço, da qual tive a honra de ser aluno no 3º ano do ensino médio.
Meio ressabiado com essa coisa de vírus nos e-mails, abri o que ela havia enviado, e percebi que se tratava de certos vícios de linguagem muito comuns. Certamente, ouvimos diariamente expressões como as que mostrarei em seguida.

Você sabe o que é tautologia?
É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exata
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito.

Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
Verifique se não está caindo nesta armadilha.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Motivos para cursar ENGENHARIA.


A quem diz que engenharia é coisa pra louco e me pergunta o que me levou a cursar, tenho algumas respostas. O texto abaixo foi retirado do jornal Zero Hora.
Só não vale ler só a parte da remuneração ;), pois quem não gosta MUITO, não faz.

Descubra o seu motivo para cursar Engenharia

O Rio Grande do Sul oferece 30 opções de especialidades para o engenheiro. E, no próximo inverno, deverá estrear mais uma: a Engenharia Acústica, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). As possibilidades são muitas para quem deseja seguir a profissão que está em alta no Brasil. Com a economia em crescimento, o engenheiro ganha espaço em muitas áreas. Abaixo, confira algumas oportunidades em setores de destaque no Estado.

Construção civil está em alta
A Engenharia Civil é a estrela do momento. A mais tradicional especialidade está protagonizando o novo boom da carreira com o aquecimento na área habitacional. No Estado, o número de registros de responsabilidade técnica atinge números históricos. Em julho, os engenheiros civis realizaram mais de 29 mil anotações. O profissional está envolvido em todo tipo de obra e, além de edificações, atua nos setores de transporte, recursos hídricos, saneamento e geotecnia para a construção de fundações, encostas, aterros para grandes estruturas. Para o Rio Grande do Sul, estão previstos investimentos em rodovias e em outros setores da economia que garantem inserção do engenheiro civil, formado por 14 instituições gaúchas: Furg, IPA, PUCRS, UCPel, UFRGS, UFSM, Ulbra, Unijuí, Unipampa, Unisc, Unisinos, UPF, Urcamp, URI.

Energia para o futuro
Duas universidades públicas do Estado (Uergs e Unipampa) oferecem o curso de Engenharia em Energia. A especialidade deverá estrear na UFRGS em 2010. O currículo prevê o atendimento ao desenvolvimento energético do país, que precisa buscar opções adequadas de geração, uso, operação, manutenção e gestão de energia. O profissional também é formado para se destacar no planejamento de sistemas que se utilizam de energias renováveis como eólica, solar, biomassa, oceânica, hidrogênio e outras. A Engenharia Elétrica da Unisinos acaba de criar a ênfase em sistemas de energia, que proporcionará uma formação especializada na área, abordando a geração do uso eficiente em 13 disciplinas específicas.

Controle e automação para a produção inteligente
O curso estreou na UFRGS em 2008. A novíssima graduação da mais tradicional escola de engenharia do Estado reúne conhecimentos da Elétrica, Mecânica e Computação. Além da robótica, as inúmeras aplicações da automação oferecem trabalho na indústria, na agricultura e nos diferentes setores que precisam qualificar processos, oferecer serviços ou criar produtos inteligentes. O curso é oferecido por outras quatro instituições no Estado: PUCRS, Furg, UCS e Centro Universitário Univates

O petróleo é brasileiro
A Ulbra criou este ano o primeiro curso em Engenharia de Petróleo do Estado. O mercado busca engenheiros nessa área para atender ao grande crescimento da produção no país. O campo de atuação envolve todas as atividades de exploração, produção, elevação e escoamento de petróleo e gás. As recentes descobertas de petróleo aceleram a busca por engenheiros especialistas, que podem ter formação em outras áreas. A demanda do setor é maior do que o número de profissionais no mercado brasileiro. O porto naval de Rio Grande amplia a área de trabalho do Rio de Janeiro, onde estão 70% dos campos petrolíferos.

Incentivo para metalurgia
O grupo Gerdau duplicou as bolsas de estudos oferecidas ao alunos de Engenharia Metalúrgica (de quatro para oito). A UFRGS oferece o único curso do Estado. No próximo vestibular, a universidade abrirá 60 vagas, 10 a mais do que este ano, o que mostra também a necessidade de mais profissionais no mercado. Para os oito primeiros colocados no vestibular 2009, a maior empresa de siderurgia do país garante uma bolsa-auxílio inicial de R$ 450 que pode ser estendida até a pós-graduação. Para o engenheiro metalúrgico, o grande filão é o setor siderúrgico, mas há boas oportunidades no automotivo e no petrolífero.

O futuro na agroindústria
Em uma ação inédita, governos federal, estadual e municipal se uniram no Rio Grande do Sul para o lançamento de dois cursos de Engenharia em 2009. A oferta está na área da agroindústria, seguindo uma das vocações do Estado. Os cursos serão sediados pelo município de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, ministrados pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), com apoio da Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia. Os futuros engenheiros poderão optar por currículos voltados para indústrias alimentícias ou para a agroquímica. A pesquisa de mercado que aprovou os novos cursos listou 42 municípios com indústrias no setor e bom campo de trabalho na região.

Remuneração
Para todas as áreas, o engenheiro tem o piso de seis salários mínimos por seis horas de trabalho. Para oito horas, a remuneração mínima é de nove salários no Estado.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Escrever direito.

Tudo bem, eu sei que não sou lá a correção gramatical em pessoa. Aliás, acho que a engenharia me distanciou tanto das palavras que penso que não tenho mais a mesma habilidade com elas em relação aos últimos anos, quando tinha tempo para escrever e "afinar" meu vocabulário.
Definitivamente, escrever não é como andar de bicicleta.

Ainda assim, como cidadão indignado com o vocabulário de boa parte da população brasileira, vou falar um pouco do assunto.
Ainda hoje, enquanto ouvia músicas no Windows Media Player, me deparei com a página inicial de um site de letras de músicas, no qual havia um fórum. Em um dos tópicos falava sobre o fato de o SBT ter noticiado a morte de Ozzy Osbourne por engano.
Até aí, normal. O problema foi decifrar o que o cidadão que havia postado o tópico queria dizer. Era realmente vergonhoso.
Tudo bem que a língua portuguesa é considerada uma das mais complexas, comparando com a inglesa ou a espanhola, mas viver aqui e não ter a mínima noção de como expressar uma idéia através da escrita é demais!
A imagem acima foi colocada como resposta no tópico por um dos participantes do fórum. Aliás, esse não foi o único a responder dessa maneira.
Outro exemplo é o fórum de uma comunidade do Orkut dedicada a "detonar" o Bush.
Em um tópico denominado "#eu amo os eua#", o autor de manifestou:
"o brasil e muito bom pra viver mas prefiro os eua pois moro aqui a 5 anos e tenho visto que comparando ao brasil,aqui nao tem prostituicao,a criminalidade e zero,os assaltos sao raros,os sequestro tambem (lembrando que isso comparado com o brasil)tambem nao tiro os meritos do brasil pois e um pais lindo pena que a criminalidade tomo conta da sociedade e os governantes nada faz. no entanto os eua e o melhor lugar pra ganhar dinheiro aqui vc tem a possibilidade de fazer seu futuro e voltar pro brasil em uma melhor condisao financeira."
Após alguns deboches a respeito da habilidade do garoto com as palavras, veio a resposta:
"posso escrever mau,mas aumenos tenho argumentos ao contrario de vc que so posta caracter." (Cansei de marcar os erros de acentuação e as letras minúsculas).
E devo ressaltar que, entre os absurdos que li nessa comunidade, esse post é fraquinho.
É fato (e quem quiser conferir, a comunidade se chama "Eu odeio o Bush") que a maioria dos membros mais ativos são "de esquerda". Extrema esquerda.
Falam pelos cotovelos defendendo os utópicos governos comunistas e socialistas, enquanto detonam a política do presidente americano (a qual eu também sou radicalmente contra). Tudo bem, cada um expõe suas idéias livremente. É assim que tem que ser!
Mas enquanto eu lia todos os posts nos tópicos, percebia que eram essas as pessoas que demonstravam o menor conhecimento em relação à linguagem. E não são errinhos que dá pra pôr a culpa na linguagem da web. São erros grotescos, com frases simplesmente incompreensíveis. Isso tudo partindo de pessoas já com uma certa idade.
Devo confessar que me sentia envergonhado vendo-os "conversando" com os que defendiam o Bush. Quem é que vai dar ouvidos a alguém que defende uma causa sem ao menos saber escrever ou falar com o mínimo de correção?
Já está na hora de, pelo menos nesse sentido, seguir a política de outros países. Os "porcos imperialistas" teriam ataques de riso lendo muita coisa que eu li naquele fórum. Que país vai sair do buraco se a própria população não conhece seu idioma? Cultura também é desenvolvimento!
O sonho utópico e infantil do comunismo parece continuar vivo, mas a mania da ignorância tem que ser jogada no lixo. Já!
Pelo amor de Deus!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008


"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
Albert Einstein

domingo, 21 de setembro de 2008

Domingo no quarto.

Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória... procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... nada deve pesar
Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda

Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda

Verde... quente... erva... ventre... dentro... entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha

Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)

Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza
Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza

... ilex paraguariensis...... ilex paraguariensis...

(Ilex Paraguariensis - Engenheiros do Hawaii)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

antropo?


sábio?
somente sou
se souber saber sore sábios
se sábio souber saber
se sem sentir souber
ser só

como cão come carne crua
como como
como cão
como cão
como cru

só sei ser como cão
só sei ser sábio
como cão come carne
crua

Diego Neves - 09/09/2008
Em uma aula de desenho técnico (?)

domingo, 7 de setembro de 2008

Bom exemplo.

Encontrar um verdadeiro poeta tem se tornado uma tarefa cada vez mais complicada. Onde será que eles se escondem?
O talento para escrever sumiu os os sentimentos todos morreram e só a imaginação (raríssima) pode resultar em um bom texto?
Sinceramente, muitas vezes já disse que a poesia morreu há muito tempo, junto com Augusto dos Anjos. Bem, não posso ser injusto com Vinícius de Moraes, claro! E não me falem em Drummond!!!
Felizmente ainda existe gente que, como eu, quer trazer de volta a verdadeira poesia e realmente faz algo por isso. Claro que há muito tempo percebi que minhas palavras não surtem grande efeito, e meus poemas não passavam de uma distração.
Mesmo assim, tento dar o meu apoio na base do incentivo.

Leio diariamente diversos blogs pela rede, muitos com conteúdos interessantes, outros nem tanto. Mas tem um especial, que visito todos os dias, esperando ansioso por uma nova postagem. "Contraponto", chama-se o blog do meu companheiro de distração, Froilam.
Santiaguense (sim! da Terra dos Poetas!) e preocupado com o lugar onde vive, posta em sua página textos de diversos assuntos, além de poemas diversos de sua autoria.
Certo dia estava lendo com bastante calma (o que muitas vezes não tenho) as postagens anteriores, até que me deparei com um poema que, sem exagero algum, considero um dos melhores que já li.
Unindo simplicidade e genialidade com um desfecho marcante, como em todos os poemas do Froilam, "amores" me fez voltar o olhar pra dentro de mim mesmo, como se eu tivesse escrito (quem dera) o poema. Não há como não concordar com cada palavra que ele escreve.

amores

amores vêm
amores vão(-se)
como ondas
d'água
trazem flores
quando vêm
vão sargaços
quando mágoa

amores vêm
amores voam
como pássaros
de arribação

ainda que passem
amores
não vêm
em vão

Froilam Oliveira

Blog do Froilam: http://www.froilamoliveira.blogspot.com/

sábado, 6 de setembro de 2008

Procura-se um amigo.



Em uma aula de redação, no ano passado, a turma analisava alguns textos de diversos tipos, até que a professora leu, em voz alta, algo que deixou todos os alunos com lágrimas nos olhos. Não sei se chega a ser tão emocionante ou se foi pra mim por me fazer lembrar dos poucos amigos que tenho, os muitos que não tive e grandes amizades que perdi...
Ah! É um texto de um autor desconhecido.
Se eu quero dizer alguma coisa com isso, vou descobrir depois. Até porque acho que já está um pouco tarde pra um pedido desse tipo.
Passei esse texto pra cá tal qual foi escrito, com pontuações "estranhas" e tudo.


Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, da madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vazio que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos que se comova quendo chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas tristes e simples, de orvalhos, de grandes chuvas e de recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para contar o que se viu de triste e belo durante o dia, dos anseios e das realizações dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados; de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo pra se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para ter-se consciência de que ainda se vive.